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sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Crise Mundial.


Crise Mundial: Crise Sistêmica Global paralisará Washington a partir de Novembro de 2010

[GEAB] Primavera de 2011: Bem-vindo ao United States of Austerity: Rumo ao grande descalabro do sistema econômico e financeiro mundial.

Como antecipado pelo LEAP/E2020 em Fevereiro último, no GEAB nº 42, o segundo trimestre de 2010 é bem caracterizado por um agravamento brutal da crise assinalado pelo fim da ilusão da retomada que foi alimentada pelos dirigentes ocidentais [1] e pelos milhões de milhões engolidos pelos bancos e planos econômicos de "estímulo" sem eficácia duradoura. Os próximos meses vão revelar uma realidade simples mas particularmente dolorosa: a economia ocidental e, em particular, a dos Estados Unidos [2] , nunca saiu verdadeiramente da recessão [3] . Os sobressaltos estatísticos registados desde o Verão de 2009 não foram senão as consequências passageiras de uma injeção maciça de liquidez num sistema tornado fundamentalmente insolvente, tal como o consumidor americano [4] . No cerne da crise sistêmica global desde a sua origem, os Estados Unidos vão portanto demonstrar nos próximos meses que estão novamente em vias de arrastar as economias e as finanças mundiais para o "coração das trevas" [5] pois não chegaram a sair desta "Muito Grande Depressão estado-unidense" [6] . Assim, no momento da saída dos sobressaltos políticos das eleições americanas de Novembro próximo, sobre o pano de fundo de taxas de crescimento tornadas negativas, o mundo vai ter de enfrentar a "Muito Grande Avaria" do sistema econômico e financeiro mundial fundado há mais de 60 anos sobre a necessidade absoluta de a economia americana jamais se encontrar em recessão duradoura. Ora, o primeiro semestre de 2011 vai impor à economia americana uma cura de austeridade sem precedentes, mergulhando o planeta num novo caos financeiro, monetário, econômico e social [7] .

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Neste número do GEAB a nossa equipe antecipa para os próximos meses diferentes aspectos desta nova evolução da crise, nomeadamente a natureza do processo de austeridade imposto que vai afectar os Estados Unidos, a evolução do par infernal "inflação/deflação", a evolução real do PNB dos EUA, a estratégia dos bancos centrais, as consequências diretas para a Ásia e a Eurolândia. Apresentamos, como todos os meses, nossas recomendações estratégicas e operacionais. E excepcionalmente este número do GEAB apresenta um extracto do novo livro de Franck Biancheri, "Crise mondiale: En route pour le monde d'après – France, Europe et Monde dans la décennie 2010-2020", cuja versão francesa sairá a 7 de Outubro próxima pelas Editions Anticipolis.

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Neste comunicado público nº 47 do GEAB, optamos por apresentar um extracto da antecipação respeitante à próxima austeridade que será imposta aos Estados Unidos a partir da Primavera de 2011: "Welcome to the United States of Austerity".

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Os próximos trimestre vão ser particularmente perigosos para o sistema econômico e financeiro mundial. O patrão do Fed, Ben Bernanke, fez igualmente passar a mensagem tão diplomaticamente quanto possível aquando da recente reunião dos banqueiros centrais mundiais em Jackson Hole, no Wyoming: Apesar de a política de relançamento da economia americana ter fracassado, que seja o resto do mundo a continuar a financiar em perda os défices estado-unidenses e espera que num dado momento esta aposta venha a ser compensadora pois terá evitado um afundamento do sistema global, ou seja, os Estados Unidos vão monetizar a sua dívida e transformar em moeda de macacos o conjunto dos dólares e Títulos do Tesouro dos EUA possuídos pelo resto do planeta. Tal como toda potência acuada, os Estados Unidos doravante são obrigados a juntar a ameaça à pressão para poderem obter o que querem. Há apenas pouco mais de um ano, os dirigentes e responsáveis financeiros do resto do mundo dispuseram-se voluntariamente a "recolocar a flutuar o navio USA". Hoje contudo as coisas mudaram muito pois a bela garantia de Washington (tanto a do Fed como a da administração Obama) verificou-se não ser senão pura arrogância fundamentada sobre a pretensão de ter compreendido a natureza da crise e a ilusão de possuir os meios de dominá-la. Ora, o crescimento americano evapora-se trimestre após trimestre [8] e tornar-se-á negativo a partir do fim de 2010, o desemprego não para de crescer a estabilidade dos números oficiais e a saída em seis meses de mais de dois milhões de americanos do mercado do emprego (para o LEAP/E2020, o número real do desemprego doravante é de pelo menos 20%) [9] , o mercado imobiliário americano continua deprimido a níveis historicamente baixos e vai retomar a sua queda a partir do 4º trimestre de 2010; enfim, como se pode facilmente imaginar nestas condições, o consumidor estadunidense permanece e permanecerá ausente por longo tempo uma vez que a sua insolvência perdura e mesmo se agrava [10] pois um americano em cada cinco não tem trabalho.

Por trás destas considerações estatísticas escondem-se duas realidades que vão modificar radicalmente a paisagem política, econômica e social americana e mundial dos próximos trimestres à medida que emergirem na consciência colectiva.

A cólera popular vai paralisar Washington a partir de Novembro de 2010

Em primeiro lugar, há uma realidade popular muito sombria, uma verdadeira viagem "ao coração das trevas", que é a de dezenas de milhões de americanos (cerca de 60 milhões dependem agora de selos de alimentação) que doravante não têm mais emprego, nem casa, nem poupanças e que se perguntam como vão sobreviver nos próximos anos [11] . Jovens [12] , reformados, negros, operários, empregados administrativos [13] , ... eles constituem esta massa de cidadãos em cólera que em Novembro próximo se vai exprimir brutalmente e mergulhar Washington num impasse político trágico. Apoiantes do movimento "Tea-Party" [14] , novos secessionistas [15] , ... eles querem "partir a máquina washingtoniana" (e por extensão a da Wall Street) sem entretanto ter propostas realizáveis para resolver a multidão de problemas do país [16] . Assim, as eleições de Novembro de 2010 vão ser a primeira ocasião para esta "América que sofre" exprimir-se sobre a crise e suas consequências. E, recuperados ou não pelos republicanos ou pelos extremos, estes votos vão contribuir para paralisar ainda mais a administração Obama e o Congresso (que provavelmente oscilará para o lado republicano), não fazendo senão afundar o país num imobilismo trágico no momento em que todos os indicadores passam novamente para o vermelho. Esta expressão da cólera popular vai igualmente entrar em choque a partir de Dezembro com a publicação do relatório da comissão sobre o défice estabelecido pelo presidente Obama, que automaticamente vai colocar a questão dos défices no cerne do debate público do princípio de 2011 [17] .

A título de exemplo, já se pode ver uma expressão bem particular desta cólera popular contra a Wall Street no facto de que os americanos desertaram da bolsa [18] . A cada mês, são sempre mais os "pequenos acionistas" que deixam a Wall Street e os mercados financeiros [19] deixando hoje mais de 70% das transações nas mãos das grandes instituições e outros "high frequency traders" . Se se recorda a imagem tradicional de que a bolsa seria o tempo moderno do capitalismo, assiste-se então a um fenômeno de perda de fé que poderia ser comparável ao desgosto com grandes manifestações populares que o sistema comunista experimentou antes da sua queda.

A Reserva Federal agora sabe que é impotente

Finalmente, há uma realidade financeira e monetária trágica pois aqueles que são os atores têm consciência da sua situação pouco invejável: a Reserva Federal dos EUA doravante sabe que é impotente. Apesar das ações excepcionais (taxa de juro zero, facilidade quantitativa, apoio maciço ao mercado dos empréstimos imobiliários, apoios maciços aos bancos, multiplicação por três do seu balanço, ...) que ela executou a partir de Setembro de 2008, a economia dos EUA não rearranca. Os dirigentes do Fed descobrem que não são senão um componente de um sistema, ainda que sejam um componente central, e que nada podem contra um problema que afeta a própria natureza do sistema, no caso, o sistema financeiro americano, concebido desde 1945 como o núcleo solvente do sistema financeiro mundial. Ora, o consumidor estado-unidense está agora insolvente [20] , ele que no decorrer dos últimos trinta anos se tornou progressivamente o ator econômico central deste núcleo financeiro (com mais de 70% do crescimento dos EUA dependente do consumo das famílias). Foi sobre esta insolvência das famílias estadunidenses [21] que se romperam as tentativas do Fed. Habituados ao virtualismo e portanto à possibilidade de manipular os acontecimentos, os processos e as dinâmicas, os banqueiros centrais americanos acreditaram que podiam "enganar" as famílias, dar-lhes novamente a ilusão da riqueza e levá-los a assim relançar o consumo e atrás do mesmo toda a máquina econômica e financeira dos Estados Unidos. Até o Verão de 2010, eles não acreditaram na natureza sistêmica da crise, ou então não compreenderam que ela gerava problemas fora do alcance dos instrumentos de um banco central por muito poderoso que ele fosse. Foi só no decorrer das últimas semanas que tiveram de constar uma dupla evidência: as suas políticas fracassaram e eles já não têm nem armas nem munições. Daí o tom particularmente deprimido das discussões durante a reunião dos bancos centrais em Jackson Hole, daí a ausência de consenso sobre as próximas ações, daí os debates infindáveis sobre a natureza dos perigos a enfrentar nos próximos meses (inflação ou deflação, por exemplo, quando os instrumentos internos do sistema utilizados para medir as consequências econômica destas tendências já não são sequer pertinentes como analisamos neste GEAB nº 47 [22] , daí as oposições cada vez mais violentas entre defensores de um relançamento do crescimento pelo endividamento e adeptos da redução dos défices, ... e finalmente daí o discurso cheio de ameaças veladas de Ben Bernanke aos seus colegas banqueiros centrais. Em termos alambicados, ele fez passar a seguinte mensagem: "vamos tentar tudo e não importa o que para evitar um afundamento econômico e financeiro, e os senhores vão continuar a financiar este "tudo e não importa o que", do contrário deixa-se a inflação à solta e assim se desvaloriza o dólar enquanto os Títulos do Tesouro dos EUA já não valerão grande coisa" [23] . Quando um banqueiro central se exprime como um vulgar extorsor de fundos, isso significa que há perigo na casa [24] .

A reação dos grandes bancos centrais mundiais será revelada nos próximos dois trimestres. O BCE já fez compreender que pensava que uma política de estímulo através de uma alta dos défices estado-unidenses seria suicidária para os Estados Unidos. Já a China, sempre declarando que nada faria para precipitar as coisas, passa o seu tempo a vender activos US para comprar ativos japoneses (o nível histórico da paridade Yen/Dólar reflete este processo). Quanto ao Japão, doravante ele está constrangido a alinhar-se simultaneamente com Washington e Pequim ... o que provavelmente vai neutralizar toda a sua política em matérias financeira monetária. O Fed, tal como o governo federal, vão descobrir nos próximos trimestres que quando os Estados Unidos não são mais sinônimos de lucros sumarentos e/ou de potência partilhada, sua capacidade de convencer seus parceiros declina rápida e fortemente, sobretudo quando estes últimos põem em dúvida a pertinência das políticas escolhidas [25] .

As consequências destas duas realidades que pouco a pouco se impõem à consciência colectiva americana e mundial podem concretizar-se, para a equipe do LEAP/E2020, pela entrada dos Estados Unidos, na Primavera de 2011, numa era de austeridade sem precedentes uma vez que o país se tornou o núcleo do sistema econômico e financeiro mundial. Bloqueios políticos federais num fundo de exaustão eleitoral de Washington e da Wall Street, forte dependência do financiamento federal para o conjunto da economia estado-unidense e impotência do Fed num fundo de reticências internacionais crescentes para financiar os défices dos EUA vão conjugar-se para precipitar o país na austeridade. Uma austeridade que além disso já começou a afetar drasticamente pelo menos 20% da população e que influi diretamente sobre pelo menos um americano em cada dois, com a preocupação da entrada nas fileiras dos sem abrigo, dos sem trabalho e outros desempregados de longa duração. Para estas dezenas de milhões de americanos, a austeridade já está presente e chama-se pauperização duradoura. O que se vai jogar daqui até à Primavera de 2011 é sobretudo a transposição no discurso oficial, nas políticas orçamentais e na consciência internacional de que os Estados Unidos já não são "the land of plenty", mas "the land of few". E para além das opções políticas internas, esta também a descoberta de um nova limitação para o país: os Estados Unidos já não têm os meios para um novo relançamento [26] . Ao invés de um arrastamento multi-decenal numa situação à japonesa, numerosos decisores serão tentados pela terapia de choque... esta mesma terapia que, com o FMI, os Estados Unidos recomendaram aos países da América Latina, aos países asiáticos e à Europa do Leste.

Isto normalmente constitui uma boa razão para as agências de classificação, sempre prontas a verem a palha no olho da maior parte dos países do planeta, ameaçarem dos Estados Unidos com uma forte degradação da sua nota se não puserem em execução rapidamente um vasto plano de austeridade. Mas de qualquer maneira, para o LEAP/E2020, devido às condições internas e externas para o país, anteriormente apresentadas, é certamente na Primavera de 2011 que os Estados Unidos têm um encontro com a austeridade: um encontro que lhes imporá o resto do mundo se eles ficaram paralisados politicamente.

Daqui até lá, é provável que o Fed venha a tentar uma nova série de medidas "não convencionais" (expressão técnica significando "tentativas desesperadas") para tentar evitar lá chegar pois, nesta etapa, só uma coisa é certa quanto às consequências da entrada dos Estados Unidos num vasto programa de austeridade: isto será o caos nos mercados financeiros e monetários habituados desde há décadas exatamente ao contrário, ou seja, o esbanjamento americano; e um choque econômico e social interno sem equivalente desde os anos 1930 [27] .

Fonte: Diário Liberdade

Notas:

(1) Quanto a isso, no GEAB nº 48 de Outubro próximo a nossa equipe traçará como todos os anos a sua carta de riscos-país e perspectivas econômicas para 2011. O que já é certo para nos investigadores é que o fim de 2010 será marcado por uma forte revisão em baixa de todas as previsões atuais (inclusive das perspectivas já reduzidas dos Estados Unidos). Fonte: Reuters, 09/09/2010

(2) Fontes: Bloomberg, 20/07/2010; Oftwominds, 15/07/2010; New York Times, 09/08/2010; CNBC, 12/08/2010.

(3) O gráfico abaixo ilustra como o crescimento já está em vias de afundar. O índice de crescimento CMI mostrou-se um dos indicadores avançados mais fiáveis para antecipar a evolução do PNB dos EUA. Ora, 92% dos americanos consideram que o país ainda está em recessão. Fonte: GlobalEconomicAnalysisBlogspot, 09/09/2010

(4) Assim como descrevia a nossa equipe no GEAB nº 9 de Novembro de 2006.

(5) Para retomar o título evocativo do excelente romance de Joseph Conrad o qual inspirou Francis Ford Coppola no seu filme Apocalypse Now.

(6) Como o LEAP/E2020 denominou a crise econômica americana desde Abril de 2007, no GEAB nº 14.

(7) Além disso, sem chegar a integrar esta antecipação na sua análise, mesmo os peritos da OCDE previnem que o crescimento mundial vai sofrer uma travagem brusca daqui até o fim de 2010. Fonte: Marketwatch, 09/09/2010

(8) O índice Wells Fargo/Gallup das PME americanas continua a cair mês após mês. Fonte: Gallup, 02/08/2010

(9) Mesmo a Wall Street continua a programar despedimentos maciços para os próximos meses. Fonte: Bloomberg, 07/09/2010

(10) Mesmo os altos rendimentos agora são afetados pelo problema dos arrestos imobiliários. Fonte: USAToday, 29/07/2010

(11) Para esclarecer esta situação social terrível, pode ser útil ler o relatório conjunto FMI/OIT iniciado pelo governo norueguês sobre "Os desafios do crescimento, do emprego e da coesão social" no contexto da crise atual. Fonte: OsloConference, 22/07/2010

(12) Um indicador muito eloquente mostra o preço que as jovens gerações americanas pagam por causa da crise. O número de empregos de Verão, elemento tradicional central da autonomia dos jovens americanos para o ano seguinte, caiu ao seu mais baixo nível desde 1948. Fonte: USAToday, 03/09/2010

(13) Estas imagens dos cortes drásticos no número de polícias em Auckland são emblemáticas do que se passa em todo o país em termos de serviços públicos. Fonte: DailyMotion

(14) A este respeito, o jornal USAToday de 16/08/2010 realizou uma muito interessante galeria de retratos de apoiantes do movimento "Tea-Party".

(15) Ver GEAB n°45

(16) O êxito da manifestação dos "tea-partisans" em Washington a 28/08/2010, organizado por Glenn Beck é um exemplo flagrante. Fonte: Washington Post, 29/08/2010

(17) Fonte: New York Times, 31/08/2010

(18) Bolsas que estagnam ou baixam desde há vários trimestres apesar das tentativas ininterruptas das autoridades financeiras para tentar restaurar o seu brilho... e que se aproximam de um novo choque violento, ligado ao "presságio do Hindenburgo" ou à antecipação das condições económicas e financeiras mundiais. Fonte: Telegraph, 27/08/2010

(19) Fonte: New York Times, 22/08/2010

(20) Mesmo quando chegar a reencontrar um emprego, é um emprego geralmente menos bem pago que o anterior. Fonte: CNBC, 01/09/2010

(21) Assim o processo dos arrestos imobiliários traduz um fenômeno formidável de baixa do valor dos activos das famílias americanas. Fonte: Foxnews, 23/08/2010

(22) Se a perspectiva da deflação foi o que oficialmente "estragou o ambiente" da reunião dos banqueiros centrais em Jackson Hole no fim de Agosto de 2010, são de facto as dúvidas crescentes sobre a capacidade do Fed para escolher e por em acção medidas apropriadas para relançar a economia dos EUA que torna tão nervoso o pequeno mundo dos banqueiros centrais. Fontes: CNNMoney, 31/08/2010; Financial Times, 10/09/2010

(23) Há que notar a respeito que diante da reticência crescente do resto do mundo em comprar os Títulos do Tesouro dos EUA e de Government Sponsored Enterprises (GSE), o Fed não só começou a comprá-los ele próprio oficial (ou mais discretamente através dos seus "primary dealers") como também começou a organizar a venda maciça da dívida federal aos próprios operadores econômicos americanos. Deve com efeito parecer-lhe mais fácil gerir a espoliação de várias dezenas de milhões de cidadãos mais ou menos ignorantes das subtilezas e financeiras do que a de grandes atores estratégicos como a China, o Japão e os países petrolíferos do Golfo, ... (ver gráfico no GEAB nº 47).

(24) Depois de ter explicado que uma política moderadamente inflacionista fora discutida mas não estava na ordem do dia, Ben Bernanke sugeriu que se os riscos de deflação entretanto aumentassem, nesse caso a utilidade de certos métodos de intervenção poderia ser reconsiderada. Fica claro que não mais funcionar e se os outros atores globais não quiserem mais alimentar a máquina de défices dos EUA, então a monetização da dívida será executada em grande escala. Pelo menos as coisas agora são claras! Quando o LEAP/E2020 advertia que esta era a opção inevitável dos Estados Unidos na crise que se perfilava, isso parecia arrogante. Hoje, é o próprio patrão do Fed que dá esse tom. Fonte: US Federal Reserve, 27/08/2010

(25) O fracasso das gigantescas medidas de apoio ao mercado imobiliário fica bem ilustrado no gráfico abaixo.

(26) Começam-se mesmo a ouvir vozes recomendando "copiar a Europa", como a de Jim Rogers e Doug Noland, que publicam o notável "Credit Bubble Bulletin". Fontes: CNBC, 31/08/2010; Prudent Bear, 30/07/2010

(27) Como recorda o historiador Niall Ferguson neste artigo publicado em 29/07/2010 por The Australian, "o sol pode-se esconder muito rapidamente sobre um império quando surge a dívida". Uma recordação histórica que não desmente o editorialista Thomam Friedman. Ainda que muito patriota, ele não desmente no New York Times de 04/09/2010 o declínio brutal da potência americana em consequência da crise econômica.

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