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quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Urna Eletrônica – A farsa da segurança

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Urna Eletrônica – A farsa da segurança

Urna Eletrônica – A farsa da segurança

AUTOR: DIVINO LEITÃO SETEMBRO, 19, 2010 - 12:09 (2) COMENTÁRIOS.

Antes de qualquer coisa, esclareço para a perplexa leitora e para o pasmo leitor que este escrevinhante não é contra a Urna Eletrônica enquanto equipamento ou enquanto represente um avanço tecnológico.

Este porco pensante é contra a premissa do TSE e a omissão dos meios de comunicação (ansiosos pelas verbas do TSE) que querem fazer crer aos brasileiros que temos a última palavra em tecnologia em questões de eleições.

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Se assim fosse, porque os EUA e outros países de elevada tradição democrática sequer consideram o nosso modelo eleitoral?

Ou – no outro extremo – porque até o Paraguai recusou o nosso modelo de urna eletrônica?

A verdade é que a tão anunciada – e bota anúncio nisso – segurança de “nossa” urna eletrônica não passa de uma bem elaborada farsa.

E notem – caros censores do TSE – que não estou afirmando que a eleição é uma farsa, pois não tenho provas disso e se as tivesse trataria de divulgar de forma adequada e não em um blog ainda em fase de crescimento. O que afirmo é que a pretensa segurança da urna eletrônica é apenas falácia e provo através de fatos de fácil comprovação.

Então vamos a estes fatos.

O TSE sempre afirma que tudo na urna eletrônica é absolutamente transparente, seguro e infalível. Infalível é a palavra de ordem e eventualmente o TSE promove alguns eventos que visam “comprovar” sua crença, da qual tenta convencer todos os brasileiros.

O que não é informado é que após estes eventos as regras mudam, os programas dentro da urna mudam e que ninguém, a não ser os técnicos do TSE tem acesso a essa informação.

Não existe transparência ou possibilidade de auditoria, temos simplesmente que acreditar no TSE.

Explicando de forma mais simples, nossa urna eletrônica não emite qualquer documento que permita auferir a credibilidade dos resultados. Isso é mais ou menos a mesma coisa que os bancos não emitissem recibos de nossas transações, ou seja, a gente vai no caixa eletrônico “infalível” efetua pagamentos e depósitos, sem qualquer recibo e passamos a acreditar que jamais vão tentar nos enganar.

Alguém usaria este banco?

Creio que não, acredito que nem mesmo o presidente do TSE usaria um banco assim, no entanto nos faz usar o seu equipamento eletrônico que não emite qualquer recibo, qualquer prova física de que lá dentro, nas entranhas de programas e chips não pode acontecer algo errado.

E não falo de fraudes apenas, pois parto do princípio que os técnicos e responsáveis pelo TSE são pessoas de bem, honestas e confiáveis, mas equipamentos eletrônicos e programas de computador não são assim tão confiáveis e por isso mesmo os bancos precisam emitir recibos.

Nossa sociedade vive de recibos, não se compra um carro ou casa sem a devida comprovação, é preciso assinar toneladas de documentos, registrar em cartórios. O INSS atualmente é informatizado, mas tente ir lá e solicitar sua aposentadoria sem mostrar a carteira de trabalho com as devidas assinaturas para ver se consegue.

Desde sua concepção as urnas eletrônicas vem dotadas de impressoras, no entanto jamais foi utilizada uma impressora para emitir uma versão em papel de seu voto.

O processo seria simples, o papel seria mostrado ao eleitor, recortado eletronicamente (como faz qualquer caixa de super mercado) e em seguida cairia em um local onde poderia haver aferição futura, ou seja, comparar as informações da urna com o papel escrito.

Os motivos para isso são vários, evitaria, por exemplo, que se no processo de transferência dos dados houvesse alguma perda os votos se perdessem.

Será possível que alguém acredita mesmo que nunca houve perda dos dados em todos esses anos?

O que existe é a manipulação das informações, quando acontece uma perda dos dados o TSEsimplesmente mente e diz que não aconteceu, afinal não tem mesmo como comprovar que houve é aquela velha história de deixar a raposa cuidar do galinheiro, o TSE cuida do TSE e pronto, temos que aceitar e dizer amém.

Se um candidato achar que houve manipulação, perda de dados ou até mesmo falha no processo (o programa pode errar, todo programa faz isso) não tem como auferir, não existe forma possível pois a única informação é a que está nos chips, ou seja, a informação virtual, que só pode ser auferida por quem domina o processo.

E quem domina o processo é apenas o TSE e mais ninguém. Por mais que as pessoas ligadas ao TSEpossam ser honestas e confiáveis, me desculpem, mas infalível não são, nem as pessoas e tampouco os equipamentos eletrônicos.

Ok, os equipamentos não são infalíveis e nem as pessoas, acho que não é preciso explicar muito isso, mesmo assim é pouco para afirmar que existe uma farsa, não vou me basear apenas em uma premissa lógica.

Então que tal uma mentira deslavada?

Isso posso provar facilmente, já escrevi sobre isso antes, mas não custa dizer de novo:

COMO FRAUDAR UMA ELEIÇÃO

O TSE afirma que sua urna é infalível e que elimina antigos processos de fraude, sendo que cita nominalmente um dos processos mais antigos, chamado voto de cabresto, curral eleitoral e outros termos que tem a mesma definição, que alias pode ser encontrada no site do TSE, clique aqui e aqui para ter exemplos.

Se a investigativa leitora ou o perscrutador leitor quiserem investigar onde o TSE afirma que acabaram as possíveis fraudes eleitorais com a urna eletrônica, basta entrar no site do TSE e colocar a palavra fraude no campo de pesquisa.

Ás afirmações são inúmeras, tanto do TSE quando dos que defendem a infalibilidade da urna eletrônica.

E seu eu provar que é possível efetuar o velho e manjado voto de cabresto ainda?

Vou provar então.

Primeiro algumas informações, o TSE emitiu uma regulamentação de que é proibido portar filmadoras, câmeras ou celulares nas dependências do local de voto. Os cartazes estão lá, mas tecnicamente é impossível impedir que alguém esteja portando seu celular ou câmera, mesmo porque existem diversos tipos de equipamentos que permitem a filmagem e podem ser disfarçados em canetas, relógios, óculos ou mesmo botões ou adereços na roupa.

Revistar todo mundo seria impossível e também inconstitucional e mesmo que um eleitor fosse apanhado em flagrante filmando seu voto seria ilegal tomar qualquer atitude contra ele pois de acordo com a lei o voto é secreto e portanto – a luz da lei – seria proibido observar o que o eleitor faz no seu local de votação.

Está claro que é impossível impedir o leitor de filmar seu voto, caso este seja seu desejo?

Se não estiver então recomendo que seja feita uma pesquisa no Youtube, onde aparecem diversas filmagens de voto, feitas ao longo dos anos, achei 130 filmagens digitando apenas “filmando meu voto”, com outras opções de pesquisa certamente serão encontradas mais.

Bastaria encontrar uma para ficar claro que é impossível proibir a filmagem do voto.

Antes de demonstrar como a eleição pode ser burlada com um dos procedimentos mais simples e mais antigos, vamos demonstrar uma de suas versões:

COMO SE FAZIA O VOTO DE CABRESTO

Nos tempos do voto em papel, o eleitor pegava uma cédula de votação e marcava o nome de seu candidato, colocava na urna e saia.

Para burlar este processo a receita de bolo era assim:

  1. Um eleitor entra e não vota, guarda a cédula, sai e a entrega em branco para o responsável pela fraude;
  2. O próximo eleitor entra com a cédula anterior já preenchida e a deposita na urna, saindo com a sua própria em branco;
  3. E o processo se repete até onde for possível.

Os métodos para obrigar o eleitor a participar deste processo são muitos e vão do simples pagamento até o constrangimento, promessas e outras formas de persuasão.

Desde o início do uso da urna eletrônica se afirma que este método não é mais possível, o que é apenas uma grande e deslavada mentira e vou demonstrar a seguir porque afirmo isso.

COMO FAZER VOTO DE CABRESTO COM A URNA ELETRÔNICA

  1. O eleitor vai votar com uma câmera, pode ser um celular, um dispositivo oculto, não importa, basta que filme seu voto;
  2. Após sair procura o responsável pela fraude, mostra a filmagem e recebe seu dinheiro, sua promessa ou livra-se de um constrangimento, com isso o candidato fraudador tem a certeza de que recebeu aquele voto;

Mais simples do que antes e se o TSE apertar a fiscalização contra dispositivos, basta o fraudador comprar um dispositivo oculto de filmagem, a venda em qualquer site na Internet. Em alguns lugares onde não existe preocupação dos responsáveis com a privacidade é possível até mesmo filmar através de janelas, com equipamento de zoom. Já votei em lugares que permitiam isso, onde a cabine de voto ficava voltada para uma janela, num local assim seria muito fácil filmar os votos e cometer outra fraude, a de saber o voto mesmo de quem não participe do esquema.

Também seria possível um eleitor ou um funcionário instalar um equipamento disfarçado no local de voto, as opções são muitas, até mesmo uma lâmpada elétrica pode ser usada para filmar o local e duvido que oTSE efetue varreduras eletrônicas nos locais de voto.

Ironicamente o TSE tem uma solução para estes (e outros) tipos de fraudes, mas é uma solução lamentável pois consistiria em mudar os votos internamente nos equipamentos, ou seja, a única forma realmente eficiente para evitar fraudes externas seria cometer a fraude interna, ou a simples incompetência, onde os dados fossem perdidos.

MAIS GRAVE AINDA

Além do que foi dito existe uma outra questão que a maioria das pessoas nem considera, porque o brasileiro é antes de tudo um crédulo.

Desde as eleições de 2002 (não posso afirmar que foi nessa com certeza) o TSE instituiu uma novidade, que é um equipamento extra, que certifica quem é o leitor, o TSE afirma que este equipamento tem a exclusiva função de autenticar que o eleitor é válido (foi identificado pelos mesários) mas a grande verdade é que a luz da lógica e da matemática é possível saber em quem o eleitor votou através deste processo.

A explicação técnica de como isso seria feito é complicada, mas é possível uma analogia.

Suponha a quantidade de 5 eleitores, os mesmos são autenticados pela ordem de entrada e seu voto é computador pela urna eletrônica.

Se a urna não tem ligação física com o equipamento de autenticação, teoricamente não seria possível saber quem votou em quem, certo?

Errado!

Basta comparar a ordem da entrada das pessoas, com a ordem dos votos e o TSE (ou seus técnicos) tem essa informação, ela está lá e mesmo que todos jurem de pés juntos que ela não será utilizada está lá e pode ser utilizada.

Para que isso não fosse possível a autenticação dos eleitores teria que ser completamente desvinculada da urna onde ele vai votar, mas isso não acontece, o eleitor é autenticado individualmente para cada urna e com isso a informação da ordem da votação é gerada.

Mas isso influiria nos resultados da eleição???

Não, absolutamente não influiria, mas imagine só o quanto vale essa informação?

E não vale apenas para os candidatos, vale para os partidos, para o governo, vale para muita gente e o mais importante, é ilegal, pois fere a lei que diz que o voto é secreto.

Imagine só poder saber quem votou em quem e poder colocar isso em um processo estatístico, não espero que todos entendam o valor político de tal informação, mas lembro que o falecido Senador Antônio Carlos Magalhães perdeu seu cargo justamente quando ficou provado que tinha acesso a lista dos votos nas sessões do Senado e as utilizava politicamente.

FINALIZANDO

O voto, neste processo virtual, acaba sendo desvalorizado, afinal não já como ter a certeza de que será eleito realmente quem o povo deseja, uma vez que diversas práticas, que podem ir da falsificação a simples eliminação de dados pode mudar o rumo da eleição.

Em 2010 o TSE instituiu uma novidade, permite o voto em trânsito e afirma que isso é uma vantagem em termos de segurança, mas não informa que também acaba se tornando uma brecha ainda maior para possíveis fraudes, já que não tem como auferir onde efetivamente o eleitor estava no momento do voto.

Assim fica até mais fácil mascarar erros ou falhas no processo, ou – porque não – a simples fraude, afinal se tem algo que é infalível é a natureza humana para a fraude, seja ele eleitor, candidato ou presidente de qualquer outra coisa.

Como sou obrigado a votar estarei lá no dia 3 e escolherei meus candidatos, mas não existe garantia nenhuma de que realmente minha escolha terá algum valor.

Algo que seria resolvido facilmente, com a simples impressão de um papelzinho, que pudesse ser posteriormente contado e a conta teria que bater com a dos computadores.

É pedir tanto assim?

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Um comentário:

Renova Saquarema disse...

Em Saquarema-RJ aconteceu um fato muito estranho. Antes das eleições de 2012 era só andar pelas ruas e perguntar em quem o eleitor iria votar que a resposta era unânime: Pedro Ricardo, candidato da oposição. Pois bem, o rapaz perdeu em todas, eu disse todas as 173 urnas da cidade. Perdeu e perdeu de muito. O mais estranho é que hoje, dois meses após as eleições, você vai às ruas e os eleitores continuam unânimes em dizer que votaram em Pedro Ricardo. Seria muito mais cômodo para o eleitor dizer que votou na candidata vitoriosa. Mas não, o eleitor bate o pé afirmando que votou no outro. Curiosamente, é difícil encontrar alguém que confirme que votou na candidata vencedora, que coincidentemente é a esposa do deputado estadual Paulo Melo, presidente da ALERJ. Existem vários relatos da internet e inclusive vídeos no YOUTUBE atestando a vulnerabilidade das urnas eleitorais. Está lá pra quem quiser assistir. Esse triunvirato: Sérgio Cabral, Luiz Zveiter e Paulo Melo atenta contra a democracia. Todos os poderes encontram-se de um lado só da balança, prejudicando a alternância do poder, principal filosofia democrática. O fato é que não adianta espernear, pois o TSE, por mais que existam evidências que comprovem, jamais irá admitir fraudes em suas 'caixas pretas'. O ideal seria que a urna eletrônica emitisse, também, um cupom onde mostrasse em quem o eleitor votou. E que esse cupom fosse colocado numa urna tradicional ao lado dos mesários, para fins de comprovação posterior. Uma coisa é certa: nenhum outro país no mundo, depois de examinar, quis comprar nosso ‘avançadíssimo, rápido e moderno' método de escrutínio, nem o Paraguai.