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domingo, 10 de abril de 2011

Big Bullying Brasil? Basta!



http://www.alertatotal.net/2011/04/big-bullying-brasil-basta.html



Big Bullying Brasil? Basta!

Artigo no Alerta Total – http://www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão

"Matamos o tempo; o tempo nos enterra". Assim ironizava o imortal Machado de Assis, que deu vida a um personagem morto, tornando-o narrador em "Memórias Póstumas de Braz Cubas". Pois este é o retrato do Brasil. Pagamos, às vezes com a vida de inocentes, por nossos erros históricos: incompetência, ignorância, corrupção e submissão aos anti-valores brasileiros.

Não temos soberania, independência e autodeterminação. A cada dia nos consolidamos como um País neocolonizado. Somos mantidos artificialmente na miséria pelo Poder Real Globalitário. Não geramos ou distribuímos riquezas na proporção desejável e compatível com nossas potencialidades. Somos ricos miseráveis que movemos uma máquina de moer nossa própria gente.

A Oligarquia Financeira Transnacional detém, há uns mil anos, a tecnologia para o exercício do Poder. Mas ela só nos controla porque permitimos. Aceitamos, submissos, a vocação imposta de sermos uma grande plataforma de exportação de produtos primários. Que sobrevive da promessa de que, um dia, será o “País do futuro”. Pura marketagem politiqueira. Não nos desenvolvemos.

Nosso castelinho de areia desmorona. E sem necessidade de tsunami ou terremoto. Nosso modelo econômico é dependente (de crédito, de tecnologia e, principalmente, de idéias ou ideologias fora do lugar). A prática da teoria econômica equivocada só não destrói o Brasil porque nossas vantagens naturais superam as perdas internacionais impostas pelo modelo entreguista.

Geramos superávits para pagar juros de dívidas eternas. Suportamos, no sufoco, juros elevadíssimos, que atraem especuladores e aumentam os lucros do sistema financeiro. Tudo para financiar e rolar as dívidas de um desgoverno incapaz de controlar seus gastos supérfluos. Por isso, nos cobram mais e mais impostos. E cometem a impostura de não dar a devida contrapartida à sociedade.

O Estado mete o bedelho em tudo. Parecemos uma União das Repúblicas Soviéticas do Brazil. Assistimos à descarada Democradura Capimunista. Nunca tivemos Democracia – a segurança do Direito, exercida pela consciente razão pública. As liberdades civis e individuais são cada vez mais violentadas pelo governo e seus servidores.

O crime organizado desponta neste ambiente de agressão ao Estado de Direito. Criminosos de toda espécie e servidores públicos se associam para tomar de assalto o setor público. Corrupção, violência e terror são meras conseqüências de um processo sistêmico e histórico colonização e exploração. A máquina criminosa sempre serviu, direitinha, ao esquema globalitário.

Tamanho vício de origem do Brasil precisa ser corrigido. Fomos um Estado inventado por outro Estado (ibérico) que nos impôs burocracia excessiva, cartorialismos variados, espírito anti-industrial e mentalidade escravocrata. A sociedade brasileira tem de reinventar o Brasil. Precisa, urgentemente, se reinventar. Será que pode? Será que ela quer? Devia querer.

O Brasil inteiro se chocou com a barbárie cometida contra crianças e adolescentes da Escola Municipal Tasso da Silveira, na Zona Oeste da “Cidade Maravilhosa”, no triste 7 de abril de 2011. O assunto nos desviou a atenção de outros problemas muito sérios. Mas nada impede que, depois do choro, voltemos a eles.

Por que nos chocamos apenas em situações de violência radical e extrema? Por que não reagimos à violência política, econômica e psicossocial a que somos submetidos diariamente pela democradura capimunista que finge nos governar, a serviço de seus parceiros transnacionais?

O sistema é cruel. Mas nós fazemos o jogo da “máquina de moer gente”. Será que não somos tão ou mais criminosos que ele? Por que suportamos sobreviver como algozes-vítimas de nós mesmos? Em termos de cidadania, parecemos psicopatas que se auto-flagelam. Imagem mais desgraçada impossível. Vocação civilizatória imperdoável. Matamos a cidadania. E a barbárie nos enterra vivos. Às vezes, à bala!

O Brasil merece renascer! O sistema não pode ser derrotado facilmente. Mas temos como neutralizá-lo. Três remédios são indicados. Primeiro: Democracia – com leis justas sendo conscientemente cumpridas. Segundo: Participação – com o cidadão-eleitor-contribuinte atuando, diretamente, no controle da máquina governamental. Terceiro: Solidariedade – com segmentos esclarecidos da sociedade exercendo seu legítimo poder de pressão em favor do Bem Comum.

Para que a Democracia, a Participação e a Solidariedade se viabilizem, só temos uma saída. Investir tudo na Educação – baseada em conceitos corretos, voltada para a formação do ser humano integral e comprometida com o equilíbrio entre ação, emoção e inteligência.

Crianças assassinadas em massa na escola... E fora dela... Ou pela falta da Escola... Isto acontece há quase 511 anos por aqui. No entanto, só percebemos que algo está muito errado quando a barbárie radicaliza e escandaliza. Falta de educação, combinada com ignorância e violência, só produz e reproduz tragédias de toda espécie.

O assassino de Realengo, um jovem que foi vítima de bullying naquela própria escola, se matou. Nascido na rua, o sistema já tinha matado ele há muito tempo. Wellington Menezes de Oliveira era um morto-vivo igual a tantos brasileiros. Na situação dele, existem vários sujeitos prestes ter um surto de violência, a qualquer momento, por qualquer motivo.

E nós? Vamos continuar matando por omissão? Até quando fingiremos que não somos responsáveis pela morte gradual do Brasil e de nós próprios, brasileiros? Vamos parar de matar nosso futuro? Não dá mais para assistir, passivamente, aoBig Bullying Brasil... Chega deste e de outros BBBs...

A dramática imagem acima, imortalizada por Felipe Dana, da AP, exige uma resposta urgente e consistente de cada um de nós...

Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor. Editor-chefe do blog e podcast Alerta Total: www.alertatotal.net. Especialista em Política, Economia, Administração Pública e Assuntos Estratégicos.


© Jorge Serrão. Edição do Blog Alerta Total de 10 de Abril de 2011.

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