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segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Testes à vontade

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Testes à vontade


Sabem os milhares e milhares de ensaios clínicos que são realizados ao longo de décadas, os que comparam novos medicamentos com com os placebos?

Bem, os resultados desses testes não podem ser considerados válidos, pois os estudos não podem ser considerados científicos.

E por quê? Porque os placebos utilizados nos testes não eram indiscutivelmente "placebo", tornando assim os estudos cientificamente inválidos.

Esta foi a conclusão a qual chegaram os pesquisadores da Universidade da Califórnia, que publicaram as descobertas no número de Outubro de 2010 de Annals of Internal Medicine.

Examinaram 167 testes de placebo com base em nos placebo, publicados nas revistas médicas entre 2008 e 2009, concluindo que 92% deles nunca descreveram os ingredientes do placebo utilizados.

E porque isso é importante?

Porque nós assumimos que os placebos são substâncias inertes. Mas assim parece não ser.

Mesmo as chamadas "pílulas de açúcar" contêm açúcar, é claro. E o açúcar não é uma substância inerte. Se estamos a conduzir um ensaio clínico em pessoas com diabetes, para testar a eficácia de um anti-diabetes comparado com um placebo, é óbvio que as pílulas no teste serão mais eficazes que um placebo, se o placebo for comprimido que contem açúcar.

Alguns comprimidos são placebo de azeite, que poderiam ter alguma recaída no sistema cardiovascular. Outros placebos usam óleos parcialmente hidrogenados, que são prejudiciais à saúde do coração.

Apenas 8% dos ensaios clínicos oferecem a lista dos ingredientes que constituem o placebo utilizados.

Este artigo é um pouco comprido: mas vamos em frente, pois a coisa torna-se ainda mais esquisita.

Não há regulamentos da FDA
relativos ao placebo nos ensaios clínicos

A FDA (Federal Drug Administration, o órgão dos EUA que aprova os medicamentos, NDT) nunca estabeleceu as regras relativas à composição do placebo utilizados nos ensaios clínicos.

Tecnicamente, quem dirige um ensaio clínico poderia usar olhos de salamandra ou pernas de lagarto como placebo, e não seria obrigado a fazer menção de tal "detalhe" nas conclusões do teste.

Por que isso iria causar alguns problemas.
Já sabemos que nos ensaios clínicos, as fraude são abundantes.

Muitos dos testes utilizados pelas empresas farmacêuticas para obter aprovação do FDA para seus medicamentos, por exemplo, são financiados por companhias farmacêuticas. E é um facto verificável que muitos testes clínicos tendem a obter resultados que favorecem os interesses financeiros da organização que os financia.

Então, o que na terra poderia fazer desistir Big Pharma de projectar o placebo perfeito, o que prejudica os pacientes só um pouco, justo na medida suficiente para que o próprio fármaco seja melhor no teste de comparação?

Facto: os placebos são geralmente fornecidos pela mesma empresa que está a financiar o ensaio clínico.
O leitor consegue ver algum espaço para a fraude nessa equação?

Como as empresas farmacêuticas podem distorcer
os ensaios clínicos com placebo selecionados ad hoc

O comportamento do placebo influencia de forma significativa a aprovação pela FDA: como informação fundamental para a decisão de aprovação, a FDA quer saber se um medicamento funciona melhor do que placebo. Este é o primeiro pedido!

Se o medicamento for superior ao placebo em apenas 5% é considerado "eficaz" (o que significa que "funciona"). Isto é verdadeiro mesmo se o placebo for escolhido especificamente para que o medicamento parece melhor no teste.

Se não houver regras ou regulamentos relacionados com o placebo, nenhum dos ensaios clínicos baseados no placebo é cientificamente válido.

O placebo não funciona?

E se o placebo não funcionar?
Nada de pânico: há sempre uma solução.
Neste caso especifico é só preciso ajustar os dados.
"Ajustar" como?

É Scott S. Reuben que bem ilustra esta técnica.
Professor de Anestesia e Tratamento da Dor no Baystate Medical Center de Springfield, Massachusetts (EUA), Reuben era considerado como um prolífico e influente pesquisador no tratamento da dor.

Em 2009 admitiu ter literalmente fabricado a maior parte dos testes, chegando até a inventar os nomes dos pacientes. As pesquisas envolviam medicamentos das empresas Pfizer (que tinha financiado as pesquisas entre 2002 e 2007), Merck e Wyeth.

O jornalista investigador Paul White chegou à conclusão que os estudos de Reuben tinham permitido a venda de biliões de Dólares de medicamentos, potencialmente perigosos. Tudo em troca de 420.000 Dólares, gentilmente oferecido pelas casa farmacêuticas.

O placebo funciona!


Voltamos ao placebo. Mas afinal porque não deveria funcionar?

Se não existirem regras para apreparação dum placebo, isso significa que tudo pode ser utilizado nos testes.

Temos um novo fármaco contra os efeitos nocivos do lactose?

E porque não pôr um pouco de leite no placebo?
Desta maneira o novo fármaco resultará bem mais eficaz do que o placebo.

Esta técnica permite que qualquer medicamento possa superar o teste de comparação: a única dúvida que sobra para o pesquisador é "Quanto paga a casa farmacêutica?".

Cépticos?
Onde estão?
Os que duvidam de tudo e de todos. Os cépticos. Os que defendem a medicina porque "é ciência".

Onde estão?
Não há.

Porque é fácil criticar e duvidar da astrologia, dos médium, dos extraterrestres, de tudo.
Mas duvidar da medicina significa não ser credível. Não há dúvidas acerca das vacinas, dos medicamentos, das terapias oficiais. Não é sério, não se faz. Pode até prejudicar a saúde dos leitores.
O que torna a medicina uma área onde é mais fácil poder efectuar uma fraude.
Eis um extracto da analise feita pela Universidade da Califórnia:
Contexto: Não há regras que regem a composição do placebo. A composição do placebo pode afectar os resultados dum experimento e merece ser mencionada.
Objectivo: avaliar a frequência com a qual os investigadores especificam a composição do placebo nos ensaios clínicos com base no placebo.
Síntese dos dados: A maioria dos estudos não explicam a composição do placebo utilizado. A declaração da composição resulta ser menos comum nas pílulas do que nas injecções e outros tratamentos (8,2% versus 26,7%).
Conclusões: O placebo raramente foram descritos nos ensaios clínicos randomizados de comprimidos ou cápsulas. Desde que a natureza do placebo pode afectar os resultados do teste, a formulação do placebo deve ser declarada na documentação de ensaios baseados em placebo.

Fonte: Natural News
Documentação: Annals of Internal Medicine, Med Page
Tradução e adaptação: Informação Incorrecta

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