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sexta-feira, 17 de junho de 2011

ALGUÉM AÍ TEM INFORMAÇÕES DO CODEX ALIMENTARIUS? PESTICIDAS ASSOCIADOS À PRODUTOS TRANSGÊNICOS SÃO ENCONTRADOS EM SANGUE DE MULHERES GRÁVIDAS

ALGUÉM AÍ TEM INFORMAÇÕES DO CODEX ALIMENTARIUS? PESTICIDAS ASSOCIADOS À PRODUTOS TRANSGÊNICOS SÃO ENCONTRADOS EM SANGUE DE MULHERES GRÁVIDAS

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2011-06-16 02:10
No Canadá, 69 mulheres, entre elas 30 grávidas no final de gestação, tiveram seu sangue testado para a presença de pesticidas associados aos produtos transgênicos. A toxina transgênica produzida pelas plantas Bt foi encontrada em 93% das gestantes, 69% das não-gestantes e em 80% dos cordões umbilicais. O metabólito do herbicida glufosinato de amônio foi encontrado no sangue de 100% das parturientes, 100% dos fetos e 67% das não-gestantes. O glifosato foi encontrado em 5% das não-gestantes e o glufosinato em 18%.
No Brasil, entre soja e milho, há 17 tipos de transgênicos liberados para plantio e consumo que produzem ou estão associados aos venenos avaliados no estudo. Entre as variedades de milho liberadas estão 5 que contém exatamente a mesma toxina identificada pelo estudo (Cry1Ab) e outras 5 que produzem proteínas da mesma família (Cry).
A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança - CTNBio, conforme manda a lei, é composta por doutores de notório saber, que ao liberarem esses transgênicos afirmaram que “A proteína Cry1Ab (…) [é] degradada no aparelho gastrointestinal de mamíferos” e que “ (...) após aquecimento, a degradação é mais rápida, o que sugere uma menor concentração da proteína em alimentos à base de milho que sejam aquecidos durante o processamento”.
E tem mais: “Quanto aos níveis de resíduos do glufosinato de amônio deixados na planta, tendo em vista seu uso durante o cultivo da variedade transgênica, estudos realizados no Brasil demonstraram não haver diferenças entre aqueles níveis encontrados na variedade parental quando comparados com a variedade transgênica”. Isso é tudo que se disse a respeito do uso associado da semente transgênica e do agrotóxico.
Participaram do estudo mulheres urbanas que vivem em Sherbrooke, distrito de Quebec, e que nunca trabalharam com os agrotóxicos em questão. Suas dietas, como apontam os autores da pesquisa, são aquelas típicas das populações de classe média de países ocidentais industrializados. Dado o amplo uso de milho e soja transgênicos em produtos alimentares, é de se esperar que a maioria da população esteja exposta diariamente a esses produtos por meio de sua alimentação, concluem os pesquisadores.
Há 6 meses no cargo de ministro responsável pela CTNBio, Aloizio Mercadante ainda não se pronunciou a respeito da Comissão, deixando rolar o voo cego.
O estudo foi publicado na última edição da Reprodutictive Toxicology. Os autores Aziz Aris e Samuel Leblanc, da Universidade de Quebec, concluem que esse foi o primeiro estudo do gênero e que mais avaliações como essa são necessárias em função da fragilidade dos fetos, sobretudo quando se considera a potencial toxicidade desses poluentes ambientais associados às plantas transgênicas.
A coleta das amostras de sangue foi realizada antes do parto, todos normais e com bebês sadios, e antes dos procedimentos de ligadura de trompas. Os cordões umbilicais foram testados após o nascimento dos bebês. A pesquisa teve consentimento das participantes e aprovação do Comitê de Ética para pesquisas com humanos e testes clínicos (CHUS).
..
Com informações de:
Aris A.;Leblanc S. Maternal and fetal exposure to pesticides associated to genetically modified foods in Eastern Townships of Qubec, Canada. Reprod Toxicol (2011)

Um comentário:

Paulo disse...

Na verdade a pesquisa publicada não confirma nada porque está cheia de erros metodológicos. Cito apenas alguns, mas espero que os leitores deste site baixem o artigo e leiam com atenção, antes de acreditarem na manchete.
a) os autores empregaram um ensaio de detecção ELISA comercial desenvolvido para plantas e procuram detectar a presença de proteína Cry no soro de mulheres do Canadá. Esta metodologia é profundamente equivocada e não foi validade de forma alguma.
b) os níveis detectados estão todos no limite inferior de detecção do teste, ainda que ele tivesse sido validado, sugerindo que o que se mediu foi apenas uma reação cruzada.
c) não foram feitos controles negativos (isto é, testes com soros de mulheres de países ou lugares onde não se consome a proteína nem se cultiva qualquer planta transgênica expressando a proteína Cry
Há muitos outros erros graves metodológicos. O artigo é, na verdade, mais um exemplo de má ciência publicado em boa revista. Lamentável.
Mas mais lamentável é assumir que isso seja uma demonstração de uma hipótese amplamente descartada e meter o pau em toda a literatura (centenas de artigos) que mostra o contrário. Lembro aos leitores que a ciência é feita de maioria e as vozes discordantes estão erradas até prova em contrário, e não o oposto.
Boa (e crítica) leitura do texto original a todos que se interessarem pelo assunto.